3o. Domingo da Pascoa
Ciclo da Pascoa
Evangelho do dia: São João 21,1-19 ou 1-14
Primeira leitura: Atos dos Apóstolos 5, 27-32.40-41
Leitura dos Atos dos Apóstolos:
Naqueles dias, os guardas levaram os apóstolos e os apresentaram ao sinédrio. 27O sumo sacerdote começou a interrogá-los, dizendo: 28"Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!" 29Então Pedro e os outros apóstolos responderam: "É preciso obedecer a Deus antes que aos homens. 30O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. 31Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o guia supremo e salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. 32E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem". 40Então mandaram açoitar os apóstolos e proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. 41Os apóstolos saíram do conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do nome de Jesus.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Salmo 29 (30)
- Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes quando estava já morrendo!
R: Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.
- Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria.
R: Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.
- Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!
R: Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.
Segunda leitura: Apocalipse 5, 11-14
Leitura do livro do Apocalipse de são João:
Eu, João, vi 11e ouvi a voz de numerosos anjos, que estavam em volta do trono, e dos seres vivos e dos anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões, 12e proclamavam em alta voz: "O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor". 13Ouvi também todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles existe, e diziam: "Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, o louvor e a honra, a glória e o poder para sempre". 14Os quatro seres vivos respondiam: "Amém", e os anciãos se prostraram em adoração daquele que vive para sempre.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 21,1-19 ou 1-14
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- Jesus Cristo ressurgiu, por quem tudo foi criado; ele teve compaixão do gênero humano;
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:
[Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3Simão Pedro disse a eles: "Eu vou pescar". Eles disseram: "Também vamos contigo". Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: "Moços, tendes alguma coisa para comer?" Responderam: "Não". 6Jesus disse-lhes: "Lançai a rede à direita da barca e achareis". Lançaram, pois, a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: "É o Senhor!" Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: "Trazei alguns dos peixes que apanhastes". 11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: "Vinde comer". Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos].
15Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?" Pedro respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo". Jesus disse: "Apascenta os meus cordeiros". 16E disse de novo a Pedro: "Simão, filho de João, tu me amas?" Pedro disse: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta as minhas ovelhas". 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: "Simão, filho de João, tu me amas?" Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo, quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir". 19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: "Segue-me".
- Palavra da Salvação
- Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho por São Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho, n.º 24
«Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem»
O mar simboliza o mundo atual, batido pelas ondas tumultuosas das nossas ocupações e pelos turbilhões de uma vida caduca. E a terra firme da margem representa a perpetuidade do descanso eterno. Os discípulos afadigam-se no lago porque ainda estão presos nas ondas da vida mortal, mas o nosso Redentor, depois da sua ressurreição, permanece na margem, uma vez que já ultrapassou a condição da fragilidade da carne. É como se Ele tivesse querido servir-Se dessas coisas para falar aos seus discípulos do mistério da sua ressurreição, dizendo-lhes: «Já não vos apareço no mar (Mt 14,25), porque já não estou entre vós, no meio da agitação das ondas».
Foi no mesmo sentido que, noutro lugar, disse a esses mesmos discípulos após a ressurreição: «Disse-vos essas coisas quando ainda estava convosco» (Lc 24,44). Não lhes disse isto por já não estar com eles - pois o seu corpo estava presente e aparecia-lhes -, mas [...] porque a sua carne imortal Se distanciava muito dos corpos mortais deles; Ele dizia que já não estava com os discípulos e contudo estava no meio deles. Na passagem que lemos hoje, diz-lhes a mesma coisa pela localização do seu corpo: enquanto os discípulos ainda navegam, Ele está em terra firme.