23a. Semana do Tempo Comum
Evangelho do dia: São Lucas 6, 20-26
Primeira leitura: Coríntios 7, 25-31
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: 25A respeito das pessoas solteiras, não tenho nenhum mandamento do Senhor. Mas, como alguém que, por misericórdia de Deus, merece confiança, dou uma opinião: 26Penso que, em razão das angústias presentes, é vantajoso não se casar, é bom cada qual estar assim. 27Estás ligado a uma mulher? Não procures desligar-te. Não estás ligado a nenhuma mulher? Não procures ligar-te. 28Se, porém, casares, não pecas. E, se a virgem se casar, não peca. Mas as pessoas casadas terão as tribulações da vida matrimonial; e eu gostaria de poupar-vos isso. 29Eu digo, irmãos: o tempo está abreviado. Então, que, doravante, os que têm mulher vivam como se não tivessem mulher; 30e os que choram, como se não chorassem, e os que estão alegres, como se não estivessem alegres, e os que fazem compras, como se não possuíssem coisa alguma; 31e os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois a figura deste mundo passa.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Salmo 44 (45)
- Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: 'Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
R: Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto!
- Majestosa, a princesa real vem chegando, vestida de ricos brocados de ouro. Em vestes vistosas ao Rei se dirige, e as virgens amigas lhe formam cortejo.
R: Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto!
- Entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real'. Deixareis vossos pais, mas tereis muitos filhos; fareis deles os reis soberanos da terra.
R: Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 6, 20-26
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Meus discípulos, alegrai-vos, exultai de alegria, pois bem grande é a recompensa que nos céus tereis um dia! (Lc 6,23);
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo: 20Jesus levantando os olhos para os seus discípulos, disse: 'Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! 21Bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir! 22Bem-aventurados, sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem! 23Alegrai-vos, nesse dia, e exultai pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. 24Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! 25Ai de vós, que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós, que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! 26Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas.
- Palavra da Salvação
- Glória a Vós, Senhor
Beato Guerric de Igny, abade cisterciense
Sermão para o dia de Todos os Santos, 6-7; SC 202
«Bem-aventurados vós, os pobres [...]. Ai de vós, os ricos»
É com razão que o Senhor, proclamando a beatitude dos pobres, não diz: «o Reino de Deus será», mas: «é vosso». [...] Estão próximos do Reino de Deus os que já possuem e trazem no seu coração o Rei de quem se disse que servi-l'O é reinar [...]. Outros que se guerreiem para partilharem a herança deste mundo: «Senhor, minha herança e meu cálice» (Sl 15,5). Combatam entre si até serem os mais miseráveis dos homens: não lhes invejo nada do que procuram, porque «no Senhor encontro a minha alegria» (Sl 103,34).
Tu, herança gloriosa dos pobres! Bem-aventurada riqueza dos que nada têm! Não só nos dás tudo quanto precisamos, como ainda, cheia de glória, transbordas de alegria, porque «uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço» (Lc 6,38). [...]
Que a vossa alma [...] se glorifique na sua humildade, ó pobres, e que olhe com desdém toda a grandeza deste mundo. [...] Estão-vos preparados bens eternos, e vós preferis as coisas efémeras, semelhantes a um sonho? [...] Como são infelizes aqueles que a bem-aventurada pobreza torna dignos de serem honrados pelo Céu, admirados pelo mundo e temidos pelo inferno, e que continuamente, na cegueira do seu espírito, olham a pobreza como uma miséria, a humildade como uma infâmia; àqueles que desejam enriquecer e caem nas armadilhas do diabo, que tudo lhes pertença! [...] Quanto a vós, os que tendes por amiga a pobreza e encontrais suave a humildade de coração, a Verdade eterna dar-vos-á a certeza de possuirdes o Reino dos Céus; Ele guarda fielmente para vós este Reino que vos está reservado.